domingo, 29 de novembro de 2015

GRANDE SALTO - NOTA OFICIAL- A reforma estatutária - BOTAFOGO F.R.

A reforma estatutária
Continuamos na torcida, felizes pela nossa subida para a primeira divisão e pelo título conquistado. Claro que queremos ver o time jogar bem. Nossa tradição histórica perdida de ter grandes times tem que ser perseguida obstinadamente. Mas por agora, seria forçar a barra cobrar mais do que subir. Ainda mais tendo o título de Campeão Brasileiro da Série B como bônus.
Isso deveria bastar para nós torcedores tão sofridos. Mas permita-nos dirigir-nos a aqueles que destinam, assim com nós, algum tempo no meio de nossas emoções de meros torcedores, a refletir com mais cuidado sobre o cenário do nosso clube.
Não queremos falar de um dos assuntos do momento: qual será o nosso time em 2016? Queremos falar especificamente sobre a reforma estatutária e seus impactos em nosso futuro. Vemos sua condução, como exemplo de um modus operandis que não nos agrada no politizado Botafogo dos nossos dias.
Claro que nos dirigimos a aqueles, que tem um olhar mais atento sobre a esforçada atual administração. E mais do que isso, a aqueles que coadunam com nossa visão, a de que devemos construir já, principalmente por via do novo Estatuto, um clube moderno e preparado para o grande desafio de voltar ao cenário do futebol de verdade. E não é isso que vemos nos relatos sobre a reforma estatutária em andamento.
A começar pela confessada politização do grupo de trabalho que realiza a proposta de reforma (leia a matéria anexa). A reforma do estatuto do Botafogo de Futebol de Regatas está sendo realizada pelo grupo político que está no poder no Botafogo: o Mais Botafogo. Uma pena. Todos os outros Botafoguenses que quiserem ser ouvidos, tem que se organizar e enviar propostas para o clube, sem nenhum estímulo formal a participação, sem rotinas, sem portas abertas e nem garantias de participação em debates e deliberações.
Nós poderíamos dar-nos por satisfeitos. O Grande Salto protocolou no clube um documento com 14 propostas e tivemos até algumas teses sendo consideradas, se for verdade o que lemos na imprensa, relativo a proposta preliminar de reforma em andamento. Mas pelo que vimos na matéria e nas manifestações do grupo do poder, o principal lamentavelmente ficará de fora.
O primeiro mundo do futebol já descobriu que o modelo de voluntários não remunerados está definitivamente ultrapassado, mas a atual gestão do Botafogo não concorda com isso. E pior, irá perpetuá-lo, ao que parece, ignorando suas premissas no novo estatuto. Se depender da disposição de quem está construindo o novo estatuto, vamos seguir sendo um clube tocado por voluntários, com dedicação parcial, sem metas corporativas, nem rigor organizacional .
Recentemente em um artigo escrito por Ferran Soriano, atual Ceo do Manchester City e ex Vice-Presidente Geral do Barcelona, fala da necessidade imperativa de uma administração profissional, comprometida com os parâmetros empresariais e com a dedicação exclusiva, referenciando inclusive a crescente defasagem latino americana ao modelo ultrapassado de gestão de boa parte dos nossos clubes.
Além do fato de não vermos disposição de abordar esses temas, vemos no âmago do grupo político que comanda o clube, a crença no ultrapassado modelo que privilegia os entes voluntários. Está no DNA. Na votação de reforma estatutária parcial dessa semana, abordou-se a adaptação ao PROFUT e a elevação da idade da dependência para 24 anos e nada mais.
Mudanças insuficientes à vista. E mais: pelos prazos anunciados na matéria, nada valerá para a próxima eleição. Na medida em que os responsáveis pelas reformas, voluntários, presos a ritos limitadores e a visões questionadíssimas, não darão sentido de urgência a reforma, que sairá lamentavelmente ao feitio exclusivo do que pensa o (Mais) Botafogo de hoje e na contramão do que praticam os clubes vencedores pelo mundo afora.

Vejam link Globo.com : 


Serie A -Nota Oficial Grande Salto- 11 de Novembro de 2015

Serie A
-Nota Oficial Grande Salto-
Subimos!
Vivemos o alívio de voltar a primeira divisão. O pesadelo de cair mais uma vez, fica amenizado por mais uma vez termos voltado de primeira. Somos de primeira, com passagens que nos colocam na história da elite do futebol mundial. “Somos Estrelas.”
Parabéns a nossa linda torcida, parabéns aos dirigentes que colaboram voluntariamente, mas principalmente, parabéns aos profissionais do clube, aqueles que se dedicam integral e exclusivamente ao Botafogo. Atletas, comissão técnica, funcionários administrativos e gerentes. São esses que com seu trabalho cotidiano, muitas vezes sem condições ideais, fazem a diferença. Assim como todos os profissionais, saem de casa todos os dias pela manha e retornam no fim do dia, focados exclusivamente nos seus afazeres Alvinegros.
Agora vem o daqui para frente. Necessidades urgentes de modernização da estrutura organizacional e profissional. Fundamental agora é adotarmos uma atitude de serie A.
Nós do Grande Salto, continuaremos na torcida, sempre. Mas atentos e prontos para colaborar, sendo a segunda opinião, firme e verdadeira, contraponto da construção de um Botafogo cada vez maior. Nossa crença em um Botafogo profissional, com melhor estruturação organizacional e craques corporativos, só aumenta, Assim como nosso amor pelo clube e nossa eterna disposição de servir.
Parabéns a todos!
Valeu Galera Serie A, sócios e torcedores. Estamos juntos!

A TORCIDA E OS QUE NÃO A COMPREENDEM (Sobre matéria 21 outubro 2015 no Globo.com) por Marcelo Guimarães


Tenho a dizer que compreendo perfeitamente a torcida do Botafogo. Primeiro porque faço parte dela e tenho a vantagem de ser um laboratório ambulante das emoções e razões que a comovem. Segundo porque trabalho com marketing. Com todas as minhas limitações e habilidades, sou um profissional de marketing. E terceiro porque, sem querer parecer soberbo ou presunçoso, me aprofundei no assunto, ao ponto de escrever um livro que trata do tema.
Sendo assim, tenho a dizer que acho um absurdo, ver dirigentes reclamando da ausência da torcida. Aliás, considero o tema tão relevante, que apoiei com entusiasmo o item da proposta da reforma estatutária, apresentada por um grupo de trabalho que integrei e que prevê:
“Criar e fazer cumprir um protocolo de tratamento da torcida (torcida em geral, não as organizadas), nosso bem maior, proibindo, de forma inegociável, quem quer que seja ligado ao clube, remunerado ou estatutário, de proferir menções negativas ao seu comportamento ou atitude”
Não tem defesa que justifique um dirigente, nem resmungar publicamente contra o comportamento de nossa torcida. Nem pelo aspecto emocional, da paixão, nem pela abordagem profissional, enxergando-os como consumidor de nossa marca. Imaginem só, o vice de marketing da Apple, Philip Schiller vir a público reclamar do consumidor porque caíram as venda do Iphone 6S Plus. Imaginem a cena: “colocamos GPS e 3D Touch e nem assim. Desse jeito não vamos melhorar o produto. Não entra dinheiro, não melhora o produto bla bla bla.” Risível...
Claro que tem aqueles que vão sempre. A-D-M-I-R-Á-V-E-I-S. Simplesmente vão. Talvez sejam os tais 5, 7 mil. Esse vão. São os heavy users.
Mais ainda assim, quero reafirmar que fico profundamente contrariado quando dirigentes vem a público revelar que não compreendem a ausência da torcida do Botafogo, sua falta de comparecimento aos jogos. Eu compreendo perfeitamente e com o objetivo de ajudar a aqueles que não compreendem, vou relacionar algumas razões que me ocorrem:
1. Nossa torcida está calejada. Nosso desempenho irregular histórico nos tornou cabreiros, hesitantes;
2. A primeira queda para a segundona provoca um efeito, emoção, comoção. A segunda queda provoca outro, emoção, desânimo. Precisamos de ações motivadoras, de ativações de engajamento.
3. Jogar na Série B não é um prazer. Será sim para aqueles times que sonham com isso. Vi recentemente uma carreata dos Xavantes, sacudindo Pelotas porque o Brasil ascendeu para a Série B, mas para nós é um fardo.
4. Apesar da magnífica posição que estamos na tabela, feito respeitabilíssimo, admirável, estamos onde não queríamos estar. Queiram ou não queiram, o consumidor (sim, torcedor é um consumidor), anda em busca de prazer e bons espetáculos.
5. Quando jogamos a Série B, apenas para complementar o tema, perdemos o direito intangível e sagrado que nos move, o direito de “tirar onda” com os rivais, e isso é mortal. Viramos uma espécie de café com leite e isso nos abala. Precisamos de ativações que reforcem nossa estima, que mexa com nossos brios e valores eternos.
6. Para se ter uma ideia de como é complexo a história da Série B, conheço muitos torcedores que, a despeito quererem subir, como todos nós, preferem subir sem sermos campeões. Olha isso, a que ponto chega as particularidades desse momento. Participar de um campeonato que não quer ganhar.
7. Outro fato inquestionável. Nosso time é absolutamente irregular, vai do céu (mais ou menos céu) ao inferno (inferno mesmo) de um jogo para o outro. Nunca sabemos qual time estará em campo.
8. Em média nosso time nos proporciona espetáculos medianos. E preciso ser sincero ao afirmar quvi alguns jogos que relaciono entre os piores que vi um time do Botafogo jogar em minha vida e isso conta.
9. Preciso também me referir aos esforços de marketing que temos feito. A área comercial e marketing do clube, em uma tabelinha complementar, são os responsáveis finais por atrair investimentos para o clube. Não quero abrir outra polêmica e desviar o foco da prosa. Posso estar errado, sendo injusto, mas sinto uma certa preguiça executiva nessas áreas, uma falta de vigor paralisante. Mas prefiro deixar esse julgamento para os torcedores, nossos consumidores.
Para a torcida chegar junto, precisamos de ativações contínuas de marketing e de um ciclo de vitórias convincentes que nos orgulhe e nos dê esperanças de um futuro forte. Acho até que a eminência de subir, sonho de todos nós, vai atrair mais público na reta final, mas aí a história da temporada já estará contada.
FORÇA FOGÃO. RUMA A SÉRIE A