sexta-feira, 22 de julho de 2016

GESTÃO PROFISSIONAL, O CAMINHO PARA A REDENÇÃO DO BOTAFOGO FR

Na recente eleição, 64% dos eleitores Botafoguenses votaram pela profissionalização do Clube
Não existe tema mais relevante no atual cenário esportivo, do que o processo de profissionalização dos clubes de futebol no Brasil. São consultorias organizacionais, projetos de qualificação, conteúdos em nível superior, seminários, uma intensa busca por eficiência e inovação, em um ambiente assolado por anos de descompromisso. Mas a atual diretoria do nosso Botafogo ignora soberanamente esse fenômeno, com graves riscos para a história futura do Glorioso.
Na primeira metade do século passado, o futebol brasileiro se desenvolveu preguiçosa e temerariamente baseado em um modelo que, ainda hoje, provoca estragos nos clubes que relutam em implantar projetos profissionalizantes.
Para simplificar: o futebol em suas origens aristocráticas, tinha seus dirigentes ligados à própria elite financeira e política da época. Bons jogadores – produzidos em escala industrial, mal remunerados e com cada vez mais interesse e força popular –, criaram um modelo que perdurou absoluto até meados da década de 1970.
Com o início das transmissões ao vivo pela TV, iniciou-se um processo de aceleração da criação do “mercado global da bola”. Fomos, então, nos transformando em exportadores de talentos, em especial para os grandes centros da Europa. O que era um detalhe – quando grandes jogadores saíam no fim da carreira para “fazer o pé-de-meia” –, virou um negócio sistêmico e de enormes proporções. Hoje, o garoto sai do Brasil até antes dos 15 anos, em busca de um futebol que se desenvolveu de maneira absolutamente desproporcional se comparado com o brasileiro.
Para sacramentar essa desproporção de qualidade, a partir da década de 1990, com a intensificação da globalização do mercado do entretenimento, por via das redes sociais e das redes de TV por assinatura, e puxado em parte pelo próprio futebol, as novas gerações passaram a consumir, cada vez mais, o futebol internacional, gerando uma enorme dispersão de consumo para o exterior.
O garoto até fala que torce por um clube do Brasil, mas compra primeiro a camisa do Barcelona, acompanha o campeonato inglês ou tem na parede do quarto o escudo do Chelsea. Somos uma pálida visão do que fomos um dia...
E qual a saída?
Ora, profissionalizar! – tema proibido na atual gestão do Botafogo, que toca o Clube com a força e o compromisso parcial de voluntários, atrasando a urgente necessidade de ingresso do nosso Clube nessa nova era.
E querem saber de um modo geral, quais os clubes brasileiros que tem investido mais seriamente na profissionalização? Basta olhar para a parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro! De um modo geral, salvo honrosas exceções, trata-se de um método infalível para descobrir quem já entendeu e incorporou o desafio.
Sobre este tema, em relação ao Botafogo, tem um aspecto que é o principal objetivo deste Manifesto.
Na última eleição Alvinegra, tínhamos quatro chapas, numa grande demonstração de vitalidade, amor e interesse pelo Clube. E três delas – a Chapa Azul, a Chapa Alvinegra e a nossa chapa, a Chapa Cinza – o GRANDE SALTO, tinham pelo menos um compromisso programático em comum: a profissionalização.
A hora é de repercutir esse fato indiscutível: O “Mais Botafogo”, a Chapa Ouro, ganhou legitimamente as eleições, mas foi amplamente vencido, quando o assunto é profissionalização. E isso precisa ser entendido e desdobrado.
Não se discute o acerto da atual administração em manter o equilíbrio das contas. Mas o GRANDE SALTO reafirma, em nome dos 234 votos que obteve e dos 50 membros de sua executiva, de modo categórico e definitivo, sua crença inabalável de que, sem o início imediato de um vigoroso programa de profissionalização do Clube, vamos seguir rateando, vivendo de momentos de êxitos efêmeros e sem a necessária energia para firmar nosso Clube no patamar que almejamos.
Apoiados por um inédito programa federal de reestruturação da dívida dos clubes, o Botafogo FR tem feito um elogiável esforço orçamentário, financeiro e contábil... mas é pouco.
Se, por um lado, obtivemos avanços nessa área, por outro lado o Clube segue desgovernado e sem rumo em diversos setores. Como, por exemplo, na gestão hesitante do futebol, na falta de planejamento para o Engenhão, e na ineficiência da Área Comercial e do Marketing, reduzindo dramaticamente nossa capacidade financeira e esportiva e provocando estragos de grande amplitude, como no nosso Programa de Sócio-Torcedor.
Este Programa, por exemplo, que chegou a contar com mais de 12 mil sócios adimplentes, despencou de modo dramático nos últimos dois anos e, em março deste ano, rendeu, no total, meros R$ 13.000,00 para o clube.
A HORA ENTÃO É DE COLOCAR O BOTAFOGO NA FRENTE DE QUALQUER INTERESSE MENOR.
É preciso trabalhar pela união das forças majoritárias que defendem a profissionalização. Pelo menos, 64% dos Sócios Proprietários e a esmagadora maioria de nossa torcida e sócios-torcedores, pouco ouvidos nos últimos tempos, também se manifestam majoritariamente pelas redes sociais apoiando a imediata profissionalização do Clube.
O GRANDE SALTO faz um chamado aos irmãos Alvinegros das chapas que pensam como nós. Sem exigências, sem pré-requisitos, nem ambições menores. Uma convocação à união de todos os que querem a profissionalização urgente do nosso Glorioso. Um chamado para que nos unamos, desde já, em torno de um projeto, que vire a página desse modelo ultrapassado e que coloca em risco o futuro do Botafogo.
É preciso abandonar a ultrapassada mentalidade dos “voluntários” que, sem dedicação integral e permanentemente seduzidos pelo clientelismo e pelo apadrinhamento, condenam nosso querido Clube ao atraso.
O GRANDE SALTO clama por uma união em torno do tema! Para nos unirmos e, urgentemente, nos dedicarmos a um inadiável processo de profissionalização, que alinhe nosso Botafogo ao que há de mais moderno em estruturação organizacional e que nos reconduza, sob um facho de luz, ao nosso destino de glórias.

Juntos pelo Grande Salto!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nossa Casa - Estádio Nilton Santos - "Engenhão"

A 30 de junho de 2007, o Engenhão era inaugurado, com uma espetacular vitória de virada sobre o Fluminense. Foi amor à primeira vista.
Quem não lembra dos momentos de angústia que antecederam a anunciada disputa com o mesmo tricolor sobre a concessão da Arena? Pois esse foi o primeiro ato de muitas outras emoções que se acumularam nesses anos, desde que corajosamente, o ex-presidente Bebeto de Freitas conquistou uma casa à altura de nossos sonhos e tradições.
Tem quem reclame que é longe (longe de quê?). Tem quem reclame que é frio, distante. Tem quem reclame de tudo, sempre.
Claro que fica-nos a impressão de um projeto incompleto. A continuidade é fundamental para o êxito de um equipamento de tamanha grandeza. Mas temos certeza que todos os Botafoguenses já sentiram o orgulho de, ao chegar cedo ao estádio, ver aquele verdadeiro palácio, majestosamente silencioso, à espera dos nossos apaixonados torcedores.
Ah!... e como somos fortes na nossa casa!
Até outubro de 2015, 65,4% de aproveitamento, 123 vitórias, 53 empates e 39 derrotas. Performance para G4, se nos permitem a licença poético-esportiva.
Show do Pink Floyd, Justin Bieber, Paul McCartney. Show do Seedorf, Loco Abreu, Caçador -- nosso mascote voador. Show de ativações de marketing, nossa Base provocando uma fila que ia do campo até à entrada Norte e Maicosuel recebido de volta nos braços da torcida. Show, enfim, da nossa torcida que, quando enche o Estádio, não tem pra ninguém!
Quem não lembra a sequência de vitórias no Brasileiro de 2007, conduzidos pelas competentes mãos do Cuca? A apresentação oficial do Seedorf, chegando de helicóptero, com a TV Globo transmitindo ao vivo? A vitória espetacular contra os Hermanos do River Plate? A explosão da torcida em um simples jogo contra o Avaí? Quem não se emocionou em nossa casa? Quem não lembra o registro do nosso ídolo Roberto Porto, chegando à inauguração do estádio projetado por seu irmão, também Botafoguense?
Infelizmente, há quem não consiga enxergar o enorme potencial do Engenhão, para uma transformação radical no patamar do Botafogo no panorama nacional e internacional. São poucos os estádios de futebol que a torcida desembarque à porta, praticamente do outro lado da rua, numa ligação metrô-trem que pode ser amplamente aprimorada para facilitar ao máximo a chegada e saída da torcida.
É preciso conhecer o equipamento e trabalhar duro, cercado de profissionais competentes, para explorar toda a sua grandeza. Hesitam diante do desafio. E o nosso Palácio, não aceita hesitação. Ou mergulhamos de cabeça ou continuaremos a utilizá-lo muito abaixo do seu gigantesco potencial.
Muita gente jogando contra, dentro e fora do Botafogo. O suspeito fechamento, provocado por uma suposta falha em sua cobertura, contestada pelo próprio arquiteto e por consultorias internacionais. Tudo resume como a briga é pesada, às vezes suja. Mas teremos mais uma chance.
Em outubro próximo, depois dos Jogos Paralímpicos, receberemos nosso Palácio de volta, novo em folha. Ou alguém duvida que o Comitê Olímpico Internacional, com seu altíssimo padrão de exigência não passará um pente superfino em nossa casa?
E mais: teremos, finalmente, visibilidade internacional. É no Engenhão que Usain Bolt quebrará mais um recorde. Que o mundo assistirá os mais fantásticos atletas do Planeta, desfilando seu talento, saltando, correndo, voando atrás de medalhas e glórias. Mas para nos beneficiarmos disso, é preciso planejamento e muita ação já.
Se, de fato, a atual diretoria do Botafogo de Futebol e Regatas pretende fazer nossa casa brilhar a partir de 2017, é fundamental que os projetos já estejam circulando no mercado, em busca de recursos, parcerias e estrutura.
De cara, quanto mais atrações melhor. Quanto mais torcedores melhor. Quanto mais consumidores melhor.
Ampliar a relação com o entorno, criar projetos sociais, ocupar suas múltiplas salas cobertas com esportes, criar espaços para os sócios fora de jogo, fechar parceria com o Atletismo brasileiro, atrair clubes para jogarem em nossa casa, dinheiro sempre bem-vindo. Estarmos aptos para vender o "naming rights", as cotas de patrocínio, a cerveja oficial, o refrigerante oficial, camarotes, carnês de jogos, restaurantes, Museu Olímpico, Museu Nilton Santos etc. Isso tudo ampliando a carteira de sócios -- proprietários e torcedores.
Tudo isso foi proposto, desde antes da eleição passada no Plano do Grande Salto, que está à disposição de todos no YouTube e nas redes sociais desse movimento de Botafoguenses.
Não dá para ser, como tem feito via de regra essa esforçada administração, que espera chegar a véspera do acontecimento para começar a bater os pregos e pintar a casa. Se não estivermos agindo agora, é prejuízo certo! Depois, a culpa é do estádio...
Parabéns à nossa casa por mais um ano! E que, finalmente, tratem-na como ela merece. Do nosso tamanho, do tamanho do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas.