sábado, 14 de maio de 2016

O FUTEBOL e o Botafogo Informe Grande Salto


Depois de uma segunda derrota em final de Carioca seguida, contra o mesmo adversário, e no limiar do início de um Campeonato Brasileiro, passou da hora de refletirmos sobre o panorama do nosso futebol.

É sempre mais fácil e simpático, aplaudir o empenhado time no fim do jogo e reconhecer o brio e aplicação dos jovens atletas, mas o futebol não perdoa as avaliações superficiais e o desfecho nesses casos, em geral é muito dolorido.

Montamos um time enfraquecido se compararmos ao que iniciou a temporada de 2015, mas que encontrou um estilo de jogo, que quando acerta, nos proporciona momentos de alguma competitividade, mas isso não é suficiente.

Dos quatro gringos que chegaram, dois foram aproveitados e devem seguir pela temporada, Carli e Salgueiro. Outros dois, Damian Lizio e Gervásio Nunez, meias da Bolívia e Argentina respectivamente, foram reprovados e o ideal é que desembarquem do plantel antes do Brasileiro.

A Base nos deu para esse Carioca, 15 jogadores. É preciso reconhecer, que a geração anterior, que nos deu Jadson, Dória, Vitinho, Gabriel, dentre outros, a despeito de muito mal aproveitada, era melhor do que essa. Mas comprova, que a continuidade do trabalho, ainda mais no caso da Base, é sempre o mais acertado. Além do local de treino, que é o mesmo, todos os profissionais da Base do presidente anterior foram mantidos. A começar por Eduardo Freeland, Coordenador Geral. Colhe-se agora o que foi plantado ao longo dos últimos anos, o que é positivo.

Mas é preciso avaliarmos com atenção os meninos atuais. Emerson e o contestado Gegê são titulares no time atual, mas Diego, Leandrinho e Ribamar chegam ao fim do ano como os destaques mais promissores. Luiz Henrique, que despontou como meteoro, parece ter padecido da inabilidade e precipitação dos dirigentes, que jogaram sobre o garoto, mais reponsabilidade do que ele parecia capaz de suportar. Mas eles não podem ser os responsáveis por nossa campanha de 2016.

Agora o desafio é montar um time para disputar a serie A. Por enquanto contratamos Marquinhos, Victor Luis, Giovani Maranhão e Anderson Aquino, o que podemos no máximo considerar como reforços para compor elenco. Ainda que se confirme a chegada do Pimpão, de bom desempenho na serie B, é pouco.

Na verdade mesmo, precisamos de decisões profissionais e dinheiro. Já está claro que essa administração não é capaz de gerar recurso novo em escala. Depois de desbloqueado os recursos obtidos no desastroso segundo mandato do ex-presidente, o único dinheiro novo relevante obtido, foi resultado dos repasses da TV Globo. Aliás, nenhuma melhora foi obtida nessa relação, tão criticada pelos atuais mandatários em gestões passadas.

Os tais 40 milhões oriundos da Topper, são uma peça de ficção. Na verdade, garantidos apenas 2 milhões e todo resto está condicionado a venda. Se considerarmos o lançamento, quando o produto dá a partida sem ser vendido na Loja Oficial, que aliás já apresenta sinais de decadência externa, o panorama não é lá muito animador.

Todos sabem que não temos um projeto executivo em nosso clube. Depois de termos sido beneficiados, juntamente com todos os clubes da séria A, por nossa adesão ao Profut e a obtenção do CND, continuamos correndo atrás do rabo. 

Primeiro teríamos um Engenhão preto e branco, depois com preços populares, depois o Caio Martins, agora a Arena na Ilha do Governador, onde já jogamos no início do século. Um programa de sócio torcedor que patina sem rumo, um patrocínio de camisa sendo negociada sem estratégia e sem resultados, e um presidente que já brigou com o Fluminense, o Flamengo e o Cruzeiro, depois de aliar-se ao Eurico Miranda e ao Rubinho da Federação, formam um mosaico confuso, que não passa nenhuma confiança ao mercado.

Agora é acompanhar e torcer, que a sensação geral de que não temos times para disputar a série A, seja um equívoco do torcedor.  



Grande Salto

14 de Maio de 2016